Don't Say Goodbye- Capítulo 03

Don't Say Goodbye
Capitulo 03

(Seunome On)

Mal cheguei no refeitório e lá estavam Benjamin e Diogo, nos muros. Respirei bem fundo, ninguém merece, quer saber, deixa eles se matarem um pouco, quando forem chamar o diretor eu puxo meu irmão dali.

Passei reto por eles, fazendo com que algumas pessoas me olhassem com caras de "você não vai se meter?". Fui em frente a tia Lucille.

Lucille era uma senhora muito simpática, desde que entrei na escola ela tomava conta da cantina da escola. Ela devia ter seus 70 anos, mas estava sempre firme e forte, vivia sorrindo, às vezes ela ficava triste quando a imbecil da Andreza lhe dizia algo terrível, mas eu, como sempre, me metia. E nunca acava bem, mas esse ano não podia me meter em confusão.

- Bom dia querida, o que vai querer?- perguntou ela com um sorriso muito simpático.

Olhei o que havia ali para comer, acabei escolhendo um bolo de prestigio, uma maçã e um refrigerante, mas aproveitei e peguei uma garrafa com água.

Eu- Obrigada, Lucille.
- Não há de que, querida!

Comi minha maçã e olhei onde estava ocorrendo a briga, bufei irritada, eles ainda estavam se matando. Comi meu bolo rapidamente e tomando meu refrigerante fui andando calmamente até os dois.

Conforme ia me aproximando as pessoas abriam caminho para eu passar. Fiquei na primeira fileira, assistindo tudo de camarote, terminei de tomar meu refrigerante e deixei a lata com um garoto que mal vi o rosto. Logo em seguida, abri a tampa da garrafa de água, andei calmamente na direção do Diogo, e virei todo o conteúdo da garrafa nele.

Nisso toda a escola que no momento gritava coisas como: "Briga, briga, briga...", "Soca ele Ben", "Dá uma de direita nele, Diogo", "Derruba logo ele, Ben", ficaram em silêncio.

Diogo- Você não fez isso...!
Eu- Fiz e faço novamente.
Diogo- Eu vou te matar.- nisso ele veio para cima de mim. Eu estava preparada para apanhar, mas também estava pronta para bater. Mais o impacto não aconteceu.

Abri os olhos e vi algo bem inédito, a minha frente estavam meu irmão e um garoto de cabelos escuros, de topete, ele estava usando uma jaqueta de couro preta e uma calça jeans  escuro, calçava um vans preto, mas foi só o que percebi.

Ben- Bate nela e eu te mato, Diogo.
Diogo- Duvido muito disso, mas e você novato está se metendo, por quê?
xx- Porque não se deve bater em uma mulher mesmo que ela provoque.
Eu- Então eu parar toda essa confusão significa que eu provoquei...?
xx- Não disse isso.
XX- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI??- perguntou gritando o diretor João. Ele tinha seus 35 anos, mais ou menos, eu gostava dele, ele era legal, nunca me dava broncas, sempre que eu ia parar na diretoria ficávamos conversando sobre diversos assuntos ou eu simplesmente o ajudava em algum assunto matemático. Eu tinha de admitir sempre tirava notas altas em matemática, mesmo que odiasse a professora.- SEUNOME, DIOGO e BENJAMIN, MAL COMEÇOU O ANO E JÁ VOU TER DE VER VOCÊS EM MINHA SALA. Ainda por cima está levando um dos alunos novos para esse caminho.
Eu- O novato não fez nada, só entrou na frente de um soco que eu ia levar.- defendi aquele garoto.
João- Tudo bem, mas quero vocês três em minha sala, imediatamente! Enquanto o resto da escola para as suas classes, AGORA!!

Aos poucos todas aquelas pessoas iam se dispersando cada um para a sua devida sala, Diogo e Ben, já estavam indo para a sala do diretor, no patio só ficamos eu e o novato.

Eu- Obrigada por me defender! Apesar de não saber seu nome.
xx- Não foi nada e me chamo Zayn. É Zayn Malik!- falou sorrindo com língua entre os dentes. Que lindo! Se controla, garota.
Eu- Prazer, Zayn?
Zayn- Isso! E o seu?
Eu- Ah, é! Sou Seunome Hunt.- falei estendendo a mão, Zayn então pegou a minha mãe e nos cumprimentamos.
Zayn- Você é bem interessante.
Eu- Obrigada! Eu acho.
Zayn- Espero que sejamos amigos.
Eu- E seremos, mas é melhor eu correr, antes que um diretor irritado, volte gritando por mim.- após falar ri só de imaginar a cena, fui acompanhada por Zayn. Sua risada era tão fofa e contagiante.- Até mais.
Zayn- Até!- falou ele indo para algum lugar.

Fui correndo até a sala do diretor. Quando cheguei na porta só dava para ouvir os gritos do diretor com Benjamin e com Diogo, que moleque, ele me paga. Me sentei em uma daquelas cadeiras que fica no corredor, observando o movimento da secretaria.

Até que a porta se abriu e de lá sairam dois garotos com a cara fechada. Ouvi meu nome ser chamado e entrei na sala.

João- Conte-me o que houve e não minta.

Respirei fundo e contei absolutamente cada detalhe do que houve, tudo isso olhando diretamente em seus olhos.

João- Uau! Estou impressionado, então quer dizer que você não estava envolvida nessa briga, só tentou separar, impressionante. Devo dizer que estou orgulhoso dessa sua mudança.- falou e sorriu em seguida.
Eu- Obrigada pelo voto de confiança.
João- Por nada, querida! Agora vá para a sua sala e preste atenção na aula. E só espero te ver em minha sala daqui dois meses, fechado?
Eu- Pode deixar que se for preciso só volto aqui quando estiver acabando o ano.- sorri e me levantei da cadeira .
João- Eu estou falando muito sério. Não quero que você se envolva tão cedo em qualquer confusão, ano passado consegui te salvar diversas vezes, mas esse ano já não sei se posso fazer isso.
Eu- Já entendi! Sem confusão, mas se a confusão vier até mim, o que devo fazer?
João- Deve desviar dela.
Eu- Certo. Tchau.- falei saindo daquela sala.

Passei pela secretária e percebi que havia vários olhares sobre mim. Era sempre a mesma coisa. Me lembro que ano passado inteiro vinha até a diretoria mesmo que fosse só para trazer algum recado de algum professor, e as pessoas me julgavam e muito, por isso. Eu não era de fazer bagunça até espalharem que eu havia feito algo terrivel, no caso, eu teria feita uma professora ter um ataque cardíaco, depois disso nunca mais fui a mesma.

Passei por aqueles corredores de paredes brancas, mas que daqui a algum tempo terá vários grafites e vários desenhos. Não entendo por que ainda pintam essas paredes, passei por um dos jardins da escola e fiquei por lá. Havia várias flores, de vários formatos, tamanhos e cores. Cada uma com seu perfume exuberante. Quando uma brisa de vento passava por ali, os cheiros se misturavam e tudo aquilo ficava tão único.

Quando dei por mim o sinal batia, precisava ir para a aula de música. Eu amava a matéria, mas tinha vergonha e digamos que as patricinhas da escola não perdoavam isso.

Fui lentamente até a sala, minha sorte era que a professora Ana ainda não havia chegado, me sentei em meu lugar e ela chegou.

Ana- Bom dia alunos! Para quem não me conhece sou a professora Ana Maria, leciono Música e Artes Cênicas. Sejam bem-vindos!
Diogo- Qual vai ser a mancada de hoje?
Ana- Você ser expulso da minha aula, serve?- perguntou ela fazendo todos rirem.- Bom, Seunome?
Eu- Sim?
Ana- Está tão triste! Qual o motivo?
Andreza- Deve ser por ter levado mais uma bronca.
Eu- Cala a boca garota. E só estou meio triste, pois to com sono.- falei fazendo várias pessoas rirem.
Ana- Sendo assim vamos anima-la. Hoje quero saber como vocês andam cantando, então Seunome escolhe uma música e venha até o palco cantar.

É não foi dessa vez que me livrei de alguma aula, mas não vai ser a ultima. Me levantei da cadeira e lentamente fui até o palco.

Ana- Vamos! Cante! Sei que você tem uma voz poderosa.
Eu- Irei cantar...Hurt da Cristina Aguilera.

Seems like it was yesterday when I saw your face
(Parece que foi ontem que vi seu rosto)
You told me how proud you were
(Você me disse o quanto estava orgulhoso)
But I walked away
(Mas eu fui embora)
If only I knew What I know today
(Se eu apenas soubesse o que sei hoje)
Ooh ooh

[...]

Assim que terminei de cantar, todos os alunos aplaudiram, olhei para a professora e ela chorava. Agradeci a todos e desci do palco.

Ana- Já se inscreveu no The X Factor, Seunome?- perguntou ela me olhando de cima do palco.
Eu- Não, senhora!
Ana- Por quê? Não vai me dizer que...
Eu- Não é nada disso, vou me inscrever hoje, assim você e minha mãe param com isso.
Ana- Isso é maravilhoso. Agora quero que alguém dos novatos se apresentem.
Zayn- Bom, eu e o meu grupo, podemos?
Ana- Claro!- ela falou e desceu do palco sorrindo.
xx- Oi, eu sou o Harry. Harry Styles!- falou ele sorrindo e que sorriso. Ele tinha cabelos cacheados, covinhas, dono de duas esmeraldas nos olhos.
Xx- Eu sou Liam. Liam Payne.- deu um sorriso tímido. Ele tinha cabelos compridos, olhos castanhos e era bem forte, aposto que tinha tanquinho.
Zayn- Sou Zayn Malik.
XX- Sou o Louis Tomlinson.
xX- E eu sou Niall Horan. E juntos somos...
Todos- One Direction.
Harry- Vamos cantar Viva La Vida do Coldplay.

I used to rule the world
(Eu costumava dominar o mundo)
Seas would rise when I gave the world
(Mares se agitavam ao meu comando)
Now in the morning I sleep alone
(Agora, pela manhã, durmo sozinho)
Sweep the streets I used to own
(Varro as ruas que costumava possuir)

[...]

Assim que terminaram a sala estava em silêncio, surpresos com a apresentação deles, devo admitir que foi perfeita. Me levantei e aplaudi eles de pé, logo o restante da sala fez a mesma coisa que eu.

A aula passou animada, mas infelizmente bateu o sinal e mais uma aula de matemática iria começar.

Os alunos foram todos conversando entre si para a sala e eu como sempre a ultima, a estranha, a anti-social. Nesses momentos queria chorar, mas não iria.

Fui andando calmamente para a sala, fui a ultima a chegar na sala, o professor me olhou e sorriu. Me dirigi até meu lugar e me sentei, peguei meu celular e os fones de ouvido, coloquei minha lista de música no aleatório, começou a tocar She Will Be Loved - Marron 5. O professor começou a explicar a matéria e eu apenas fiquei desenhando, olhei para a lousa e ele estava passando um texto, apenas copiei o mesmo. Abaixei a cabeça na carteira e fiquei daquele jeito até o final da aula.

O sinal bateu indicando o final das aulas. Guardei meu material e quando ia sair da sala, o professor me parou. Tirei meus fones e o encarei, esperando que falasse alguma coisa.

Eu- Sim?
Professor- Me diz!
Eu- Dizer o quê?
Professor- O que te afliges hoje?
Eu- Sabe, to cansada. To cansada de ter de fingir ser forte, de ser tão corajosa e segura de si, mas na verdade é tudo o oposto, eu não sou forte, não sou tão corajosa e muito menos segura, eu me importo com tudo o que dizem sobre eu nessa escola, mas como sempre finjo que nada me atinge. Talvez esse seja meu problema de hoje, Paulo.
Paulo- Você sabe que pode contar comigo? Certo?
Eu- Sim, senhor e muito obrigada! Agora eu preciso ir.
Paulo- Ah! É hoje que você vai se inscrever, né?
Eu- Sim.
Paulo- Então, tenha uma boa sorte.
Eu- Obrigada e até amanhã.

Sai da sala sem esperar ele falar alguma coisa. Coloquei meus fones novamente. Caminhei até meu armário, deixei meus livros ali, fechei o armário e fui em direção a saída daquele inferno.

Chegando na saída, trombei em alguém e fui ao chão junto com a pessoa. Até sem fone fiquei.

xx- Você esta bem?
Eu- Estou e você?
xx- Estou. Ah! Eu sou o Harry.
Eu- Prazer. Eu sou a...
Harry- Seunome! Já sei o seu nome.- olhei para ele confusa.- Somos da mesma sala.- explicou ele se levantando e estendendo uma das mãos para me ajudar a levantar, aceitei a ajuda.
Eu- Certo! Bom, tenho que ir. E desculpa pelo tombo.- falei sorrindo.
Harry- Não foi nada.

Dei as costas ao garoto chamado Harry e fui de encontro com meu irmão.

Ben- Que tombo, hein?- falou rindo.
Eu- Tão engraçado que eu estou morrendo de rir.-falei séria.
Ben- O que houve?- ele perguntou preocupada, enquanto nos dirigíamos para casa.
Eu- Você acha que devo me inscrever para o The X Factor?- perguntei mudando de assunto.
Ben- Claro! Você tem uma voz maravilhosa. Quem dera se eu tivesse essa sua voz potente.
Eu- Já teria usado ela para conquistar metade da escola, né?- perguntei rindo.
Ben- Pode até ser!- deu de ombros.

Fomos andando mesmo para casa. Pela primeira vez reparei no trajeto que fazíamos sempre para ir e voltar da escola. Havia casas luxuosas e casas bem aconchegantes. Chegamos na grande avenida na qual havia lojas de vários tipos, como: de roupas, sapatos, bolsas, uma doceria, cafeteria, restaurantes e Fast-Food's. Cada um daqueles lugares eram únicos com as mais diversas decorações. Sorri com toda aquela diversidade. Continuamos nosso caminho após atravessar a avenida. Passamos em frente a uma praça muito aconchegante, acabei de achar um local para pensar, a praça era pequena, mas possuía tudo o que eu mais amava. Flores. Lindas flores. Com as mais diversas cores e formatos. Sem que eu percebe-se estava parada admirando aquele lugar. Meu irmão voltou e parou ao meu lado, olhando a mesma coisa que eu.

Ben- Flores! Acertei?
Eu- Sim. Esse lugar é lindo!- falei admirada.
Ben- Eu sei e olha só o lado bom...- eu o olhei confusa.- É, praticamente, do lado de casa.- falou ele apontando para a nossa casa. Abri um grande sorriso e ele me puxou em direção a nossa casa.

Assim que chegamos entramos na mesma. Eu fui direto para o meu quarto, ainda tinha de fazer a inscrição para o The X Factor. Liguei meu computador, peguei minha câmera, arrumei meu cabelo e assim que ele ligou entrei no site do X Factor. Acessei o link, na qual estava escrito "Se inscreva aqui!", fiz todos aqueles processos descritos, fiz meu vídeo cantando "I Was Here- Beyonce" e enviei. Desliguei meu computador e sai do meu quarto.

Fui para a cozinha, comi um bolo de chocolate acompanhado de um suco gelado de laranja e voltei para o meu quarto.

Me joguei na cama e dormi.

(Re) Vivendo - Quinto (último) Capítulo por Gabriela Vilks


''  Saber o limite de seu coração é quase que uma obrigação sua. Sofrer de mais, amar de mais, ser feliz de mais, ou triste de mais. Tudo tem um modo, tudo tem um começo e fim. Mas pra certas coisas, não são necessárias começo muito menos fim. Uma delas ? Ah meu querido, uma delas é o amor. '' 


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Pegou as mãos da moça, que estavam pousando ao lado do seu corpo, e as levou para o alto de seu pescoço, em sua gola da camisa. A moça passou a mão pela camisa, como a esposa passa na camisa amassada do marido. Começou a abrir os botões, devagar e suavemente. Quando terminou, levou as mãos para os ombros nem tão largos do rapaz, e puxou levemente a camisa, despindo-o dela. A camisa caiu no chão sem ao menos um murmúrio.
Havia ficado escuro de mais, de uma hora para a outra. Agora nem se ele se esforçasse o máximo, conseguiria ver a expressão na face da moça. A Lua Cheia estava quase chegando ao meio do céu.
Ele pegou as mãos da moça novamente, e as colocou sobre seu peito, onde ficara seu coração.  Ela sentiu o bater do coração do rapaz, que estava um pouco acelerado. O seu não estava diferente. Ela sorriu lindamente, e se ele tivesse visto, teria sorrido também. Ele aproveitou o espaço, e tirou sua calça jeans, a jogando para o lado, de modo tão silencioso que ela não percebera. Ela, depois de sentir o coração dele, puxou as mãos do rapaz e também colocou sobre seu coração. Quente, ele pensou quando sentiu a pele da moça, encoberta por seu sutiã, que presumiu ser de renda. Sentir o batimento acelerado foi incrível, para os dois, e ele achou engraçado, e deixou soltar uma risada feliz. Ele puxou-a pela cintura para mais perto. Ela subiu dois níveis da lateral da ponte, de modo que ficasse um pouco mais alta do que ele. Ele a ergueu um pouco mais, e a pegou pelas pernas, fazendo -a ficar com o peso em cima se seu corpo novamente. Ela se segurou nele, com as mãos em seu pescoço, enquanto ele a segurava firmemente pelas coxas. Ele deu meia volta, e começou a se agachar no chão, de modo que ficassem como antes. Ao segurar a moça pelas coxas, sentira que ela já não possuía mais a peça de baixo, e muito menos ele.
Ele fora se apoiando na lateral, sentando devagar, até encontrar o chão. A segurou um pouco para cima, a tempo dela se colocar reta, agarrada a seu corpo. Quando finalmente sentaram, ela sentiu a dolorosa mas boa pressão em sua abertura. Mais um choque elétrico percorreu o corpo de ambos.
Ele a segurava pelas costas, e ela também lhe agarrava as costas largas. Ela sentiu a pulsação do membro do rapaz dentro de si. Não precisaria sacanagem, muito menos pressa, e eles sabiam disso. Ficaram alguns segundos parados, sem ao menos mover um músculo. As respirações pesadas em ambos os pescoços arrepiaram um ao outro. Ela puxou o corpo do rapaz para mais perto, se houvesse como. Os dois corpos pareciam se fundir novamente. Ela se movia tão lentamente que ele podia definir como sendo insuportável. Mas isso não era problema. Fizeram sexo, lentamente, sentindo cada sensação, cada movimento, a pele ficando suada, a respiração cada vez mais rápida e pesada, e finalmente o ápice. Quando chegaram aonde deveriam chegar, ficaram imóveis novamente. Ele roubara um beijo suave dela. Ela sorrira durante o beijo. Uma sensação mais do que de alívio ou serenidade percorreu o corpo de ambos, sentiam que de qualquer forma, aquilo iria acontecer, e que devia acontecer. Fora maravilhoso. Ele a segurou pela cintura novamente, a erguendo o suficiente para sair de dentro da moça. A deitou ao seu lado, e puxou o cobertor cobrindo os dois corpos, que agora estavam aninhados. Ela repousara sua cabeça sobre o peito do rapaz, de modo que ele logo mexera em seu cabelo cheiroso. Ela, ficara a sentir o peito dele encher e esvaziar conforme respirava. Vida, foi o que ela pensou. Amor, foi o que ele pensou quando fitou o céu novamente.
Sem nenhuma palavra, que não era precisa, os dois dormiram profundamente sobre o cobertor.

Certas coisas acontecem em nossa vida. Coisas boas e ruins. Faz parte. Na vida dela, o que mais importava era o amor. Na verdade, a vida pra ela é o amor. E está certa. Ela o encontrou, e foi feliz , muito feliz com ele. Mas, algo que está acima de tudo o que possamos imaginar, age em nossa vida todos os dias. E seu amor teve de partir. Ele se fora,e junto, levou a vida e todo o sentimento que ela sentira um dia.

Um homem aprende tanto quando sabe o que olhar. Para ele, carinho e amor eram sinônimos. São quase iguais, mas onde há carinho, deve haver amor. E foi por isso que ele se casou com ela. E viu, o que realmente significa cuidar de uma pessoa. Ele cuidou ao máximo dela. Mas não foi o suficiente. Ela teve de partir, e levou consigo qualquer forma de sentimento que restara nele.

Destino ? Talvez. Predestinação ? Talvez. Coincidência ?Talvez. Acaso ? Talvez. Talvez, talvez. Nada em nosso caminho é definido ou esperado. Tudo tem um modo de acontecer e simplesmente acontece. Aceite isso. Na maioria das vezes, somente quando perdemos algo, é que lhes damos verdadeiro valor. E mesmo que tomamos o máximo de cuidado, e que tenhamos o máximo de carinho por ela, certas coisas se quebram, certas pessoas vão embora, certos relacionamentos acabam.
Necessitados de vida, ele e ela , dessa história, um dia, felizmente, se encontraram - literalmente-.
E da dor, do sofrimento, da vontade de morrer, da escuridão, do ódio de cada um, nasceu o que eu chamo de amor. Eles achavam que já haviam conhecido o que era o amor. Mas, descobriram que não. Amor não é carinho, não é vida, não é sexo, não é paixão. Amor é complexo e único, ele é independente, é e pronto. É mais do que carinho, é mais do que sexo, é mais do que vida, é mais do que paixão, é mais do que qualquer sensação ou sentimento que você tenha sentido. Amor, é saber que a sua vida - realmente - dependa de outra pessoa. E não digo isso como clichê, quem ama sente na pele realmente que depende da outra pessoa. A necessidade de cuidado é imensa. E necessária.
Os dois, realizaram um no outro, todo aquele sentimento de angústia e de arrependimento pela vida que se foi, no amor que fizeram. E não foi no sexo. Acharam a vida, um no outro. Novamente.
Sentiram seus corações baterem como antes. Sentiram o cuidado do outro. E isso, é o amor. Essa complexidade.


Os dois acordaram com a luz do sol já alto pela manhã.  Tomaram banho no rio. Tomaram café na casa dela, pois era sábado. Embora estivessem juntos, não trocaram muitas palavras. Tudo o que desejavam falar , fora dito em gestos na noite anterior. Tomaram um café quente, comeram cookies com gotas de chocolate. Conversaram sobre a vida que cada um levava, e como iria ser daqui pra frente. Trocaram telefones, começaram a ser ver todos os dias, e perceberam como cada um mudava ao ver o outro, perceberam como cada um fazia o outro feliz. Ela melhorou e não ficou com mais nenhum cara. Mudou de emprego, e está sóbria. Ele não bebeu mais, voltou a jogar futebol com os amigos, e a ver televisão. Já que não tinham mais suas famílias, comemoraram juntos seu casamento. Viajaram  para a Austrália.  Fizeram amor numa praia. Tiveram dois filhos. E foram mais do que felizes juntos. Eles entenderam o verdadeiro significado de amar. E com toda certeza, ensinaram isso para seus filhos.

(Re) Vivendo - Quarto Capítulo por Gabriela Vilks



'' Um sentimento entre duas pessoas, qualquer que seja ele, é mais do que somente um sentimento. É o modo como se sorri, é jeito do olhar, é o modo de cuidar. É o modo de ser feliz, e fazer feliz. '' 

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Algo está muito ... certo. Pensou ele enquanto deixava um espaço entre os lábios da moça , para poderem respirar naturalmente. Um sorriso anasalado a moça soltou, que o fez sorrir também. É , tem algo muito certo por aqui. Pensou ele novamente. A fitou na escuridão, e não aguentou, teve de tocar de leve a face macia da moça, que fechou os olhos ao toque do rapaz. Linda. Pensou ele.Se lembrou da primeira noite de amor com ela. E ao invés de sentir um nó em seu peito, um riso saudoso lhe rompeu a boca. E ele se viu sorrindo feliz, a tocando na escuridão. As bochechas lisas e pouco salientes, davam um aspecto de boneca à moça, que ainda sim, tinha os olhos fechados. Bonito sentimento, pensou a moça quando sentiu o toque em seu rosto. Ele a amava realmente, teve certeza. Ninguém sorri com certas lembranças, mas ele sorrira, e não pergunte, como ela sabia que ele havia lembrado. Detalhes, pensou ela, partindo com suas mãos para a raiz do cabelo do rapaz, em sua nuca. Era onde ela adorava pousar as mãos nele. Com a outra mão, o rapaz fez o caminho do braço da moça, sentindo onde o vestido terminara, até enlaçar os dedos com os dela,novamente, que agora pousavam em seu pescoço.
 Ele sentiu sua mão ser pega, e levada para junto da outra, em seu pescoço, de modo que parecesse estar descansando. Não fez questão de saber o que exatamente ela iria fazer. Somente fechou os olhos, respirou fundo com um meio sorriso no canto da boca, e esperou. Os lábios molhados da moça tocaram-o no pescoço, como se fossem pingos de chuva gelada. Lhe causou uma sensação tão boa, de alívio. Os lábios dela demoraram em vários trechos de pele, de um lado até o outro.Ela aproveitou cada pedaço de pele, inalou o perfume forte, e desejou que o cheiro da pele do rapaz nunca mais saísse de sua memória. E como se dissesse, terminei, ela soltou as mãos do rapaz, que logo se dirigiram para sua cintura novamente. Ela deixou suas mãos no pescoço dele, como se alí, fossem seu local predileto, e ele entendera isso de cara. A cintura pequena, encoberta pelo tecido um pouco áspero do vestido , que a essa pequena altura, devia estar um pouco acima das coxas da moça. Não se importavam, a hora chegaria logo. Ela sentiu os dedos fortes a apertando em sua cintura. Eu estou aqui, ela pensou, achando que fosse um gesto de ' isso realmente está acontecendo ? ' Nem a ficha dela havia caído ainda. Mas o tempo, agora, era a menor preocupação dos dois. Em condições normais, se fossem outras pessoas, um outro rapaz e uma outra moça, poderíamos dizer que, haveria somente sexo. Nada de sentimento. É claro, o sexo é bonito, se feito com algum sentimento. E sentimento, os dois, possuíam de mais, e estavam descarregando o excesso em gestos, em gestos tão bonitos que ninguém, nem eles mesmos entenderiam. Nessa noite, não é  o prazer que dominará. Nessa noite, o amor, puro e sua essência, mudarão a visão da vida dos dois. Ele a puxou novamente para um abraço. Ele a tomou por inteiro nos braços e por ela ser pequena, posso dizer que pela força dele, ele queria que os corpos se fundissem. E assim, grudados, ficaram por alguns instantes.
- Eu quero dançar com você. - ele disse num sussurro quase inaudível para a moça.
Ele sentiu o sorriso dela em seu pescoço. E então, começou a se levantar e a puxar a moça para cima novamente. Os corpos ficaram de pé. Logo se juntaram novamente, como se fossem ímãs.
Levemente, de um lado para o outro, se mexiam. Sem nenhum som. Ele a erguera um pouco, para que os pés dela, ficassem em cima dos pés dele, já sem sapatos, tirados logo quando chegaram. Ela riu internamente, e se lembrou quando ele, fez a mesma coisa na noite de ano novo, quando somente os dois ficaram em casa, ouviram os fogos, e beberam duas taças de vinho. Dançaram em silêncio por um bom tempo. E depois, dormiram tão felizes, com a promessa de um ano novo, que não iria ser vivido pelos dois juntos. O rapaz segurou a moça forte pela cintura, e ela compreendeu como se ele de maneira alguma a queria soltar, ou estivesse com medo de cair. Ela riu de novo. A música que tocava, tinha como melodia, o som dos corações batendo calmamente, a água corrente do rio, os barulhos da floresta e dos bichos que nela habitavam. Era a natureza, era perfeito.
Depois de algum tempo, os corpos pararam. Ela afrouxou um pouco as mãos dele que estavam em sua cintura, e desceu dos pés dele. Segurou as mãos dele levemente, e as levou até o alto de suas costas, exatamente onde o zíper de seu vestido estava localizado. Ele respirou fundo, tão fundo que pareceu inalar todo o ar que pudesse. Ele se lembrou  da vez que ela havia comprado um vestido novo, e que quando chegara em casa para lhe mostrar, o maldito zíper havia emperrado. Ficaram meia hora para tentar abrir o zíper, e depois que ela tirou o vestido, ficando somente de calcinha e sutiã na sala, começaram a rir feito crianças da situação. Quando as risadas acabaram, fizeram amor no tapete de veludo da sala. Ele riu ao lembrar-se. Pegou levemente o zíper com uma mão, e com a outra, fora descendo, acompanhando o caminho do zíper, até chegar na parte mais baixa da coluna da moça. Ficou alí parado por alguns instantes, pensando na pele macia que descobrira. Ele puxou suavemente as mangas nem tão compridas do vestido para baixo, puxou as laterais, e até que finalmente, o vestido caiu num bafo no chão de madeira. Pareceu ter visto um sorriso nos lábios da moça.

NOVA FIC + ENQUETE

OI AMORAS !

COMO ALGUMAS DE VOCÊS DEVEM SABER, TERÁ UMA NOVA TEMPORADA DE O JURAMENTO E EU ESTAVA PENSANDO EM FAZÊ-LA EM VERSÃO INTERATIVA, MAS EU GOSTARIA DE SABER A OPINIÃO DE VOCÊS PRIMEIRAMENTE.
SE VOCÊS ESCOLHEREM INTERATIVA, EU TAMBÉM FAREI A PRIMEIRA TEMPORADA INTERATIVA E DISPONIBILIZAREI AQUI.
OU SEJA, FICARÁ AS DUAS VERSÕES INTERATIVAS E TAMBÉM NORMAL, COM OS PERSONAGENS FIXOS.
EU DEIXAREI UMA ENQUETE AQUI NO BLOG E VOCÊS TERÃO, MAIS OU MENOS, UMA SEMANA PARA VOTAR. -  E EU ESPERO QUE VOTEM, POR FAVOR.

LOGO POSTAREI OS ÚLTIMOS CAPÍTULOS DE IRRESISTIBLE E COMEÇAREI COM A SEGUNDA TEMPORADA. E SERIA MUITO CEDO PARA DIZER QUE EU JÁ ESTOU COM MAIS OUTRA FIC EM MENTE ? POIS É ! COMO EU FALEI, EU ADORO ISSO .

ATÉ BREVE, AMORAS E VOTEM NA ENQUETE !

Don't Say Goodbye- Capitulo 02

Don't Say Goodbye
Capitulo 02

O que uma garota quer, o que uma garota precisa
O que uma garota quer, o que uma garota precisa



Cidade de Leeds, 06:20 da manhã, segunda-feira, 03 de Fevereiro

(Rebecca On)

Credo! Ninguém merece ir para a escola, mas ainda bem que não vou ficar aqui por muito tempo. Se tudo der certo, eu irei passar nas audições, ir para a 2° fase e sair daqui, indo direto para a grande Londres. E pensar que há um mês atrás eu tinha apenas 17 aninhos.

Me levantei só por ouvir meu pai gritar para eu levantar. Assim que sai da cama, já senti aquele vento frio matinal.

Andei calmamente até minha janela e abri as cortinas. Realmente estava frio lá fora, o lado bom é que não estava nevando, porém ainda tinha aula. Me afastei da janela, dei meia volta e fui para o banheiro.

Me despi, abri o registro do chuveiro, deixando-o em uma temperatura agradável. Entrei no chuveiro, me lavei, lavei meus cabelos e os enxaguei, dei mais uma enrolada e deliguei o registro do chuveiro. Dei uma leve apertada em meus cabelos só para tirar o excesso de água, peguei minha toalha, enrolando-me nela, me enxuguei. Ainda no banheiro coloquei minha lingerie e sai do mesmo. Fui até meu Closet e peguei o uniforme da escola. Sim, minha escola possuía um uniforme, ele até que era bonitinho. Coloquei o mesmo e fui para a frente da minha penteadeira. Me sentei na cadeira que lá havia, peguei um pente e comecei a desembaraçar meu cabelo. Assim que o desembaracei, peguei o prendedor e arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo.

Sai da cadeira, peguei meu material e sai do meu quarto. Fui direto para a cozinha, me sentei na mesa, sendo acompanhada de meu pai e minha madrasta. Cecília era uma ótima mulher, eu aprovava ela com meu pai, ela o fazia bem. Devo confessar que no começo não gostava nem um pouco dela, mas com o tempo aprendi a deixar essas diferenças de lado, e hoje ela é como uma segunda mãe para mim.

Cecilia- Esta animada com o primeiro dia de aula, querida?- perguntou ela animada.
Eu- Quem fica animada para ir a escola?- rebati a pergunta com outra, mexendo no meu prato de panquecas.
Pai- Dá pra para de brincar com a comida?
Eu- Foi mal.- respondi enchendo minhas panquecas com calda de morango e comendo uma delas.
Cecilia- Pensa pelo lado bom...
Eu- Que seria?
Cecilia- Você vai conhecer novas pessoas.- bom, vamos ver. Eu estava indo para o último ano na escola, dessa vez haveria pessoas novas na escola, que estava chegando para o seu primeiro ano no Ensino Médio, porém também haveria nesse mesmo grupinho as patricinhas que já chegariam achando que mandam na escola, mas acho que a Mandy jamais deixaria isso acontecer. Também tem o povo que pegaria transferência para a escola, é isso vai ser bem interessante de se ver.
Eu- Pode até a ser...- falei por fim e terminei de comer minhas panquecas. Me levantei calmamente da cadeira, coloquei meu prato na pia e quando ia saindo da cozinha, ouvi meu pai me chamar.- Sim?
Pai- Ás vezes, nem sempre temos o que queremos, mas temos só o que precisamos.- nisso ele deu um beijo na minha testa e saiu dali.

Ok! Mas o que ele queria dizer com aquela frase ? Fui até meu quarto, entrei no banheiro e escovei os dentes, depois sai dali, indo direto para a garagem, encontrar com meu pai.

Encontrei o mesmo já no carro me esperando. Entrei no carro e seguimos rumo a escola.

Dez minutos, mais ou menos, depois chegamos na escola, ele me deu um beijo na bochecha e me desejou um bom dia. Sai do carro e muitas meninas me encararam. Revirei os olhos e andei até o mural de avisos para saber qual era a minha turma. E lá estava o meu nome na turma do 3°C. Dei uma olhada para ver se havia alguém conhecido na minha turma e tinha vários conhecidos, mas o único problema era que esses conhecidos no ano retrasado haviam sido considerados como os mais bagunceiros da escola, digamos de passagem que eu estava no meio deles.

Fui para a minha sala, no caminho fui cumprimentando várias pessoas. Quando cheguei na sala, aqueles bagunceiros já estavam em seus devidos lugares. O fundão. Um deles acenou para mim e retirou a bolsa dele de cima de uma das carteiras, ou seja, já tinham reservado o meu lugar. Caminhei até lá e coloquei a minha bolsa.

Eu- E ai? Como foram as férias de vocês?- perguntei a eles.
xx- Normal.- respondeu um deles dando de ombros.
XX- Chatas! Nunca pensei que sentiria falta desse lugar.- falou um deles fazendo drama.
Xx- A mesma coisa de sempre.- respondeu o outro.- Mas e as suas?
Eu- Sabe, até que foram calmas.- ri daquilo.
xx- Suas férias foram clamas? Que papo é esse?- perguntou ele colocando a mão em minha testa. Como se quisesse ver se eu estava com febre.
Eu- Nossa Danilo, muito engraçado.- falei tirando a mão dele da minha testa.
XX- Ele até que está certo.
Eu- Opa, claro, Pedro.- revirei meus olhos ao final da frase.
Xx- Nada disso importa agora, pois temos de fazer algo de inesquecível esse ano, afinal é o nosso ultimo.
Eu- Verdade Vinicius. Mas não podemos acabar com o meu futuro.
Pedro- Não se preocupe.
Danilo- Vamos aprontar juntos, mas você não vai levar a bronca.
Eu- Não acho isso certo.
Vinicius- Deixa isso para depois, o povo tá chegando.

Nisso cada um se sentou em seu devido lugar, mas a única coisa que eu queria era ir para casa e me inscrever para o The X factor, sinceramente, se eu passasse minha vida mudaria. E para melhor.

A aulas passaram bem lentas. O intervalo chegou e minha animação foi embora. Mal sai da sala e já dei de cara com Mandy, ela era a típica loira dos olhos azuis, com um belo corpo e líder das líderes de torcida, suspirei e tentei passar sem ser notada, mas como disse tentei.

Eu- Algum problema?- perguntei quando senti ela segurando em meu braço.
Mandy- Não, mas soube que você vai se inscrever para o X Factor, esse ano, é verdade?
Eu- Sim.
Mandy- Sendo assim, quero lhe desejar boa sorte, afinal você irá representar a nossa Leeds.
Eu- Obrigada, eu acho.- é claro, que esse final de frase, eu falei baixo.
Mandy- Sei que nunca fomos amigas, mas chega o momento em que devemos nos entender. Este é nosso ultimo ano juntas.
Eu- Concordo! Então, amigas?- perguntei me soltando da mão dela e já estendendo a minha mão direita na direção dela.
Mandy- Amigas!- ela apertou minha mão e sorriu.

Depois dessa pequena conversa fui até o refeitório, peguei um lanche qualquer e me sentei em uma daquelas mesas, e lá fiquei até que o sinal anunciou o fim do intervalo.  Nesse meio tempo, fiquei a observar a todos ali, como sempre a mesma coisa, o grupinho de "Nerds", os "Populares", os "Descolados", as "Patricinhas", os "Novatos" e eu, que não fazia parte de nenhum desses grupinhos.

Fui para a sala e me sentei em meu devido lugar, hoje não estava afim de bagunçar, só queria ficar quieta no meu canto e pensar. Os alunos voltaram para a sala e naquela bagunça eu fui para o 'meu mundo secreto'.

No 'meu mundo' ás coisas eram menos complicadas e menos problemáticas, coisa que no mundo real tudo é complicado e cheio de problemas. Mas não era aquela coisa clichê, mundinho cor de rosa, na qual eu sou uma princesa a espera de seu príncipe encantado que vira me salvar da rainha má montado em um cavalo branco. Na verdade eu espero encontrar um 'príncipe', mas simplesmente eu vou esperar, afinal como diz um ditado: "A pressa é inimiga da perfeição!".

Quando dei por mim, os alunos já guardavam os seus materiais e saiam da sala, eu como sempre seria a ultima a sair. Guardei meu material correndo e sai da sala, mas na saida trombei com alguém. Aff! Tinha que ser.

Eu- Foi mal, eu não te vi e tchau!- antes de poder continuar meu caminho fui interrompida por ele.
xX- Tá desculpada, mas calma ruivinha!
Eu- Estou calma.
xX- Não parece, mas diz ai, o que lhe aflige?
Eu- Nada, agora me solta tenho que ir embora.
xX- Ah! O papai veio lhe buscar. Que lindo! A filhinha do papai. Nem parece a garota problema do ano passado.
Eu- Pois é. Ainda bem que eu não sou museu para viver de passado.
xX- Ui! Ela é muito respondona.
xx- E o que fazemos com respondonas, hein Gabriel?
Gabriel- Nós a calamos, Will.
Will- Acho que você está encrencada, Becky.
Eu- Quem lhe deu toda essa intimidade?- perguntei me soltando de vez.
Gabriel- Eu.
Eu- Coitado! Acha que manda.
Gabriel- Mas eu mando.
Eu- Será?
Gabriel- Quer que eu te mostre?
Eu- Pagaria para ver, mas como disse antes, tenho que ir. Dá licença.
Gabriel- E se eu não der?
XX- Vai se ver comigo, então?
xXx- Ou com nós?

Uau! Por essa eu não esperava, mas o que eles estariam fazendo ali ainda, deveriam já ter ido embora, assim como eu já deveria ter ido embora.

Gabriel- Não se envolvam, não é nada com vocês...
xXx- Você está falando com a Becky, não é?
Gabriel- Sim, mas...
XX- Então esta falando conosco.- interrompeu ela dando um sorriso irônica.
Will- Deixa isso, Gabriel. Não vale a pena se envolver em uma briga dessas.
Gabriel- Rebecca, nós não terminamos ainda.
XX- Terminaram sim.
xXx- E se eu ver você ou qualquer um do seu grupinho se aproximar dela, pode ter certeza que eu não vou me importar de te dar uma boa e inesquecível surra, garoto.

Ambos se viraram e sairam andando para a saida. Eu Simplesmente cai de joelhos no chão daquele corredor, senti meu nariz ficar quente e minha visão embaçar, tentei segurar o choro o máximo possível, mas já era tarde. Até quando esse garoto ia me encher?

Acho que estava soluçando, pois logo senti braços fortes me apertarem contra si. Depois de um tempo, respirei fundo, sequei meu rosto e olhei para a pessoa.

Eu- Devo dizer obrigada aos dois.- dei um sorriso fraco.
XX- Não foi nada, anjo!- acabei rindo do apelido.
Eu- Credo, Pedro. Que apelido ridículo. Mas obrigada também Mandy.
Mandy- Não foi nada, eu devo confessar que já estava na hora de enfrentar os idiotas do Gabriel e do Will, apesar dele ser uma gracinha é muito burro.
Eu- Devo concordar, mas é melhor eu ir.
Pedro- Não se preocupa, falamos pro seu pai que você estava conversando com um dos professores por isto iria demorar um pouco.
Eu- Então, é melhor eu ir. Antes que ele de um piti.- dei um abraço em cada um dos dois e sai correndo em direção ao estacionamento da escola.

Quando cheguei no mesmo, meu pai me esperava lendo um jornal dentro do carro, dei uma batina na janela, o mesmo quando me viu deu um sorriso majestoso, entrei no carro, meu pai ligou o carro e deu partida no mesmo, rumo a nossa casa, eu acho.

Pai- Então, o que seu professor queria?
Eu- Nada de mais, ele só queria me dar alguns conselhos e boa sorte, para o X Factor.
Pai- Ah! Entendi.

O resto do caminho foi sem nenhuma conversa, fomos em silêncio absoluto e aquilo chegava a irritar um pouco. Finalmente, chegamos em casa, fui correndo para o meu quarto, liguei meu computador, peguei minha câmera, e assim que ele ligou entrei no site do X Factor. Acessei o link, na qual estava escrito "Se inscreva aqui!", fiz todos aqueles processos descritos, fiz meu video cantando "Hey Jude- The Beatles" e enviei. Agora era só esperar e torcer.

(Re) Vivendo - Terceiro Capítulo por Gabriela Vilks



'' A vida , só e bonita se você parar de vê-la com os olhos de um retardado. Antes de abrir os olhos pela manhã, antes de colocar o corpo para fora da cama, sinta o ar entrar em seus pulmões, e sinta-se vivo. Sinta sua pele, sinta seu pulmão dilatar, levante-se e olhe pela janela - e não importa se o que ver for só concreto - sorria. Você, conseguiu viver mais um dia '' Gabriela Vilks




Como o ar daqui é bom, pensou ele ao respirar fundo o ar puro dalí. Tudo parecia tão calmo e normal alí, que até dera uma vontade de ficar alí para sempre, com ela.
Ele sorriu no escuro e sentiu o coração pular dentro de si, quando a escutou dizer que ali era bonito.
A brisa era fresca, e um pouco gélida, mas estava perfeito. Ela é perfeita , pensou ele.
Qual foi a última vez que me senti assim ? Se perguntou ele. Não me lembro.
- Por que ? - perguntou ele , quase num sussurro.
- Não sei, mas isso não importa. Não agora. - ela respondeu breve e com firmeza.
- E depois ? Vai ficar na minha vida  ? - perguntou , já com medo da resposta.
- Não sou capaz de ficar na vida de mais ninguém. - ela respondeu ao vento.
- Como pode saber se não tentou ? - ele fitou a lua ao perguntar
- Minha vida se foi quando ele se foi. Hoje eu não vivo. Sobrevivo. - ela respondeu friamente.
- Suportar , não é mesmo ? - concordou ele.
- Faz parte. - ela completou
- Você me trouxe vida, por alguns instantes. - falou ele
- Você também. - ela retrucou.
- Eu me pareço muito com ele ?  
---
Uma fisgada ardeu no peito dela , quando o ouviu perguntar se parecia com ele.
Demorou alguns segundos para responder.
- Sim, e eu gosto disso. - engoliu em seco.
- Hum. Você também se parece com ela. Mas acho que não gosto disso. - respondeu ele deixando claro a dúvida no ar gélido.
- Que bom.- ela concordou - se gostasse de verdade estaríamos na cama uma hora dessas. - ela riu baixo no final da frase.
- Não duvido. - ele concordou, se lembrando do gosto da boca da moça
Se passaram alguns minutos e os únicos barulhos alí foram o da água corrente, e o da floresta.
O céu não estava totalmente encoberto e a luz da lua minguante e das poucas estrelas eram o suficiente pra tornar a paisagem, incrível, para quem sabia observar.
Droga !Pensou ele. Do que se trata exatamente ? De saciar meu desejo de tê-la visto pela última vez ? Meu desejo de não ter brigado com ela na semana antes ? Meu desejo de não ter pintado a parede de amarelo ? Meu desejo de sentir pela última vez o perfume doce dela , ou meu desejo de me sentir vivo outra vez ? Quer realmente saber , Zayn, seu idiota ?! É o seu desejo de se mostrar como você é.
Uma ave piou ao longe.
- Sabe, eu gostaria de saber seu nome. - ela disse naturalmente.
- Zayn.
- Combinou.
- Com o que ?
- Com sua aparência. Um nome forte, pequeno e enigmático. Pelo menos pra mim.
- Interessante.
- E o seu ?
- Kate, na verdade, Katherina.
- Bonito nome.
- Obrigada.
- Não acredito que sou tão parecida com ela assim, a ponto de você me roubar um beijo.
Ele riu baixo. Demorou a responder.
- Quando te vi, senti que morri ou nasci de novo, não sei explicar. Algo mexeu aqui dentro. De um modo que só ela sabia mexer. Seu cabelo castanho , seus olhos castanhos, seu rosto fino e modelado, sua boca pequena e estreita, seu perfume doce e instigante. Na verdade, eu diria que você é um cover quase perfeito dela - ele riu baixo novamente - e eu não faço a menor ideia do que fazer agora. Sei que seus olhos me disseram muito mais coisa do que sua boca, e acho que você não gostou disso, não é mesmo ?
- É - ela soltou um riso anasalado - não gostei mesmo. E acho que em quesitos iguais, você só perde para as tatuagens . É incrível. E me pergunto se é realmente real.
- Segure - disse ele estendendo a mão para ela no ar.
Ela tentou fitá-lo nos olhos , mas não teve certeza se conseguiu com o escuro, e mesmo vendo pouco, enlaçou os dedos na mão dele.
Os dedos se apertaram contra a mão de cada um. Gerando a sensação de segurança, que só sentimos quando seguramos firme com amor verdadeiro.
Ela se lembrou da tarde no lago. Ele se lembrou da tarde na sala. Ele apertou a mão da moça contra a sua e presumiu que ela visse o quanto era real. Ela virou o rosto para o horizonte e para o céu novamente, sem demostrar se queria ou não se soltar da mão do rapaz. Ele não queria.
Ele, puxou o corpo um mais para o lado, e ela riu consigo mesma. Ela sentiu cócegas quando ele arrastou seu cabelo solto com todo o cuidado para o lado, liberando a vista seu pescoço esguio e pequeno. Ela apertou a mão dele. Uma respiração funda, contida de dor e negação foi solta por ela quando sentiu os lábios do rapaz em seu pescoço. Ele, ao beijar o macio pescoço da moça, sentiu novamente o perfume doce. Sorriu internamente. A cada beijo demorado em seu pescoço, o NÃO gritava em sua cabeça. Alguma parte consciente de seu cérebro lhe dizia : '' Ele é um desconhecido, você não o conhece, e está deixando beijar seu pescoço ? Impressa ! '' Mas, em alguma região de seu ser, o SIM, gritava mais forte, e os dois saberiam que o Sim, venceria naquela noite.
Para alguém que perdera a habilidade com mulheres e momentos 'quentes', o movimento que ele fez de puxar as pernas da moça para cima da ponte , foi até que bem sucedido. Um sorriso contido, estava nos lábios dela. Seguindo a linha do pescoço, desde a parte da nuca, até logo abaixo do queixo, ela sentiu cada toque como um arrepio bom e suave. Cada centímetro de pele, importa, pensou ele. As mãos, não se desprenderam por nenhum momento até agora. Ao sentir seu pescoço liberto - infelizmente - dos lábios macios do rapaz, com a mão livre, encostou carinhosamente no peito do rapaz, e ficou alí, brincando com a gola de sua camisa por alguns segundos. Seus olhos cravaram nos dele no escuro, e então como se eles a chamassem, ela os beijou. Beijou os olhos, a testa, o nariz suave, as maças do rosto ligeiramente entalhadas, as bochechas, o queixo reto, fazendo um caminho que com certeza era arrepiador, para ambos, sabendo que o destino final , seria logicamente, a boca do rapaz. Como se já soubesse do passo seguinte, ele , se desprendeu da mão da moça, a puxou pela cintura, se encostou na lateral da ponte, fazendo com que ficassem frente a frente de um jeito mais confortável. A mão da moça no peito do rapaz, sentia a respiração calma dele. E isso, ela achava incrível. Olhos abertos não eram precisos, e novamente, as bocas pareciam se atrair, e demorou mais do que o normal, para realmente , os lábios se grudarem meigamente.
E então, quando se encontraram efetivamente, a mesma corrente elétrica de antes, passou em ambos os corpos, gerando uma alegre cócega na coluna. Bocas se explorando calmamente, suavemente como o sono  profundo de um bebê. Era lindo de ver. As mãos dele, já se encontravam nas costas da moça, a segurando como se fosse uma boneca de porcelana, ou então um presente caro que não queria deixar cair. As dela, pousavam em seu nem tão largo peitoril, a frente de seus corpos.
Demorou até sentir tudo, cada canto da boca,  cada sensação que era sentida com o toque sutil da língua dentro da boca.  Foi incrível. Nenhum dos dois havia beijando ninguém assim antes. O beijo, só fora o começo.

(Re) Vivendo - Segundo Capítulo por Gabriela Vilks

" A vida não espera por nada nem ninguém. Ela apenas é. E você, apenas segue. Segue tentando acompanhá-la achando um jeito que seja o menos pior. E acha. Fica a vida inteira fazendo planos, e não os cumpre, passa a vida inteira fingindo ser, e nunca é . Chega. Seja. Faça. Voe, voe pra longe, pra longe de si mesmo.. Vá contra a corrente, e se precisar morrer pra isso, MORRA também ... " 




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 Lábios pequenos e doces, pensou ele enquanto sentia cada centímetro de boca da moça . Que saudade. A leveza do beijo, foi suscinta, e por ambas as partes a sensação causada pelo encontro repentino dos lábios secos, foi totalmente fascinante. Quase como se um pequeno choque elétrico partisse da boca de ambos, e fosse até a base do pescoço , causando mais do que somente um bom arrepio e um frio de barriga .Causou uma estática paralisante no ar, e que com toda certeza, se alguém visse, chamaria aquela 'áurea' em cima dos dois corpos, de amor palpável.
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Mas que diabos ele está fazendo ? Se perguntou ela, quando percebeu que ele havia parado em baixo da luz amarela do estacionamento por algum motivo que ela desconhecia. Que engraçado e estranho, pensou ela . Não fazia ideia do que ele estava pensando e muito menos o por que estava a olhando como se cada centímetro de pele dela, fosse ouro reluzindo .
Quando ela percebeu os olhos brilhantes e já pouco inchados do rapaz a sua frente, foi que houve um estalo. Eles se pareciam. Mas .. que ... droga ! Pensou ela , já tentando se controlar, tentado não bambear as pernas e sair correndo dalí.
Como eu pude não reparar ? Se perguntou quase se insultando internamente. Estava prestes a fazer isso, quando se surpreendeu pelo sorrisos saudoso, tímido e luzente que o rapaz soltara ao apreciar a face da moça.
O queixo meio quadrado, a barba rala, os lábios retos, os olhos quase negros e hipnotizantes, o cabelo meio desgrenhado. Era como se houvessem descrito ele , novamente. Mas não era ele. Ela sabia disso. Era informação de mais, e a cabeça já fraca dela, depois de tanto cair e beber, já não conseguia mais aguentar certas situações, imagine essa, de encontrar um cara na balada, com os mesmos traços do amor de sua vida.
Era de mais para ela. Não sentia mais sua garganta, muito menos seu coração. Somente mexeu os lábios para o lado, como se dissesse, você está aqui de novo . No fundo ela sabia que era impossível, mas sua insanidade a fazia acreditar que era. E sendo assim, se fugir era o que ele queria, ela fugiria, mesmo sem conhecê-lo, sem saber para onde iriam. Como se esperava, nada funcionava direito e então, ficou quieta, mais do que já estava.
Achou engraçado e fofo quando ele abriu a porta do carro com as mãos trêmulas e tentou colocar o cinto de segurança nela.
E então como se já não bastasse o coração a mil e a cabeça a zero, o rapaz , chegou mais perto, permitindo a ela, sentir o perfume dele novamente, e fitá-lo mais fundo nos olhos. Sabia, pensou. Olhos escuros, mas que com toda certeza, ela reconhecera que eles também já choraram muito por alguma coisa. Foi quase como um reconhecimento a primeira vista. De alguma forma, ela sentiu que estava ligada ou quem sabe conectada com o rapaz bonito. De alguma forma, estranha, e agradável. Olhá-lo novamente, a fez se sentir viva, por alguns segundos. E quando ele , imprudentemente resolveu selar os lábios dela, foi como se a vida , tivesse voltado ao meu corpo, ela pensou.
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Bom, para nós , imortais, o amor tem uma definição diferente para cada pessoa. Para as poucas que perguntei , o que é o amor para você ? elas me surpreenderam com as respostas.
"O amor ? Ah, o amor é um calor que preenche o coração quando beijamos quem amamos, e é assim que percebemos que realmente amamos a pessoa. Ela nos aquece, nos permite sermos menos humanos uma vez, e sermos bons, e verdadeiros. O calor, o frio na barriga, o sorriso involuntário, ah, esses são os sinais de um verdadeiro amor."
" Nunca acreditei em amor pra falar a verdade. Tive sim, com quem compartilhar um pouco de minha breve e insoça história, mas , nunca senti o que dizem os apaixonados. Amor .. hum ... é um amontoado de sentimentos e sensações boas que são provocadas por nossa mente fraca, numa tentaiva pré histórica e animal de reprodução. Pode me chamar de idiota, que não me importo, mas se todos seguissem meu conselho de não amar e não deixar ser amado, nunca haveriam guerras, em todos os sentidos. "

Viu só ? Uma totalmente contrária a outra. Não é incrível ? Bom, eu achei. Nunca vivi um amor de cinema em que quando você se apaixona, se perde. Eu já sou perdida, e acho que isso não ajudou muito mas enfim ... Não sofro com isso. Se houver um dia amor, em minha vida, vou acolhê-lo com a maior alegria. Mas, o meu verdadeiro amor, de agora, você está lendo. São minhas palavras, minhas histórias, meus personagens. Esses que daqui a pouco, irão com certeza descobrir algo tão  intenso, próximo e distante ao mesmo tempo da pequena palavra , amor.
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Não pode ser destino, muito menos qualquer outra babaquice que fale sobre duas pessoas serem tão iguais, se encontrarem por acaso em uma boate ! pensou ele, desencostando infelizmente os lábios dos da moça, a fitando rapidamente e soltando um sorriso tão lindo e natural, fechando a porta e dando a volta no carro para chegar ao banco do motorista.
Uma sensação de ansiedade e aconchego tomavam conta do peito do rapaz, que tentava ao mesmo tempo parar de pensar na moça ao seu lado, e pensar em algum lugar para ir. Ao passar pela placa que dizia 'saída' no estacionamento, soube para onde devia ir.
Era sexta feira a noite, logo as ruas e avenidas estavam amarrotadas de pessoas e carros. O GPS de última geração que ostentava no painel, não se fez preciso, pois o caminho que ele fazia, já estava cravado em sua memória. Era lá, que ele ia, quando os dois brigavam. Era lá que ele se fazia entender o por que dela . Era o seu lugar. E era para lá que ele estava indo.
Enquanto esperava o sinal abrir, olhou de relance para a moça sentada ao seu lado. Ela envolvia suas pernas com seus braços em cima do banco, o que fez seu vestido já curto, mostrar um pouco mais das pernas esbeltas da moça. Já estava sem os sapatos de salto alto, isso significava que estava aconchegada. Ela fitava cuidadosa e serenamente o outro lado da rua, onde passavam pessoas em suas roupas de festas, felizes, rindo, achando a vida uma beleza.
Não demorou muito para conseguir sair do perímetro urbano e chegar a parte mais natural perto da cidade. Em alguma altura da rodovia, ele virou a esquerda e caiu em uma estrada de terra que parecia não ser usada constantemente. Nenhum dos dois soltara uma palavra durante o trajeto, e isso somente acalmou os nervos saudosos de cada um. Dentro de alguns minutos já estavam passando por entre as árvores em uma estrada um pouco íngreme. Ele parou o carro.

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Quando foi mesmo a última vez que me senti tão bem comigo mesma ? se perguntou ela, enquanto o carro passava pelas ruas e pessoas. Fora há muito tempo. Muito tempo. Esse tipo de coisa, de destino e de encontrar a alma gêmea não existe , pensou ela. Embora um dia, ela acreditasse nisso.
Parecia que alí, dentro do carro, ao lado dele, a vida tinha outro cheiro. Quem sabe um cheiro estranhamente doce e suave de saudade, e algum resquício de amor, que ela e nem ele se lembravam. Isso o fez a sorrir. Não vou começar a me sentir uma escritora sentimentalista agora, vou ? Era assim que ela se sentia quando ele estava por perto, quando ele a fazia rir de coisas bobas.
Ela respirou fundo e se perguntou, Por que ? Por que hoje ? Por que eu ? Por que você ? Por que , por que ? Ela odiava quando não sabia as respostas, mas algo lhe dizia que elas estavam tão próximas quanto a presença dele. O carro parou de repente, a fazendo olhar para o rapaz que já a fitava com um breve sorriso no rosto.
- É rápido. Vamos a pé. - ele acenou  levemente com a cabeça para a trilha.
Foi o que ele disse. E bastou. Bastou escutar em míseras cinco palavras a voz dele para ela. Novamente, o coração queria sair do peito dela. Um sorriso surgiu na face dela. Ela se desprendeu do cinto, segurou seus saltos e foi dando os primeiros passos na trilha iluminada pelo brilho das estrelas e da lua, que estava minguante na noite escura.
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Vai ficar frio. Pensou ele , abrindo o porta malas e pegando uma manta velha mas limpa, que sempre deixara ali, somente para usá-la quando vinha alí.
Ele deu três passos longos e alcançou a moça que segurava os saltos em uma mão, e com a outra , envolvia sua cintura. Ele pegou a manta e a cobriu nos ombros, recebendo em troca, um sorriso tímido e um olhar iluminado pela luz dos astros.
- Sempre vim aqui, quando eu queria me distrair um pouco ou pensar na vida. É bonito, eu acho bonito.
A trilha começara a descer, e um barulho de água corrente preencheu o ar em instantes, a fazendo sorrir consigo mesma.
O silêncio se fez entre os dois, até chegarem à um pier.
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Obrigada, pensou em dizer ela pela manta, mas não conseguiu. Somente retribuiu com um sorriso, e que parecia ser a única coisa que conseguia fazer desde que se tocaram. Que bobagem, pensou.
Ela riu mais uma vez, ao ver que o modo como o rapaz falou sobre o lugar, ,o lembrava.
Mais alguns passos e vualá, um dos rios mais bonitos, limpo e menos conhecido da cidade e acho até que da região, pensou ela. Já vira matérias, e até fizera um projeto sobre alguns rios da região no trabalho. De perto, com toda certeza, e ainda iluminado pela luz das estrelas, era sim o mais bonito, se não o mais estasiador.  Fazia tempo que não tinha contato com a natureza. Fazia tempo que não tinha contato com nada nem ninguém.  O pier, de madeira, dava a impressão de ser antigo, mas bem conservado. Ao horizonte do grande rio, se via os elevados picos das montanhas e suas florestas se entendendo até onde a vista permitia. Tudo tinha cor cinza e preto.  Desceram algumas escadas e chegaram ao fim do pier. Ela esticou a manta do chão, e os dois se sentaram.  Alguns minutos a mais somente com o barulho de água, vento, folhas e galhos se batendo.
Tudo parecia tão bem, tão normal. A vida por alguns instantes parecia tão normal. Como se nada tivesse acontecido, como se o ar, fosse o mesmo daquele tempo em que as coisas eram mais fáceis, como se fosse o ar de liberdade e tranquilidade antes do amor. Antes dele. Naquele tempo eu era feliz, mas de outra forma, pensou ela fitando as montanhas.


 -  Tem razão, eu também acho bonito - disse ela.

(Re) Vivendo - Primeiro Capítulo por Gabriela Vilks


Olá minha gente ! Bom, só pra poder dar uma variada, vou postar também aqui, minha breve história (Re)Vivendo .. é uma mini história de encontro , dor, e perdas .. um homem e uma mulher, que passaram pela perda de seus amores não muito tempo, e que sem querer , pelo acaso do destino, se encontraram em uma boate. Sem querer, a atração física e mental por ambos, surge como se fosse o ar ficando visível. Tudo faz sentido quando os lábios se tocam, e parece que a vida , volta ao peito de cada um. 
Amor, muito amor, e finalmente vida, fazem dos dois, pelo menos por uma noite, completos novamente.


A história também está disponível aqui : Dare to Dream 


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" Muitas vezes, temos que aprender a amar aquilo que é bom pra gente, aquilo que nos faz bem . Isso é ser racional. Amar o que não vemos, amar cegamente e intensamente o que nos machuca, é babaquice. Isso é ser humano. '' 
G. vilks.








Ela não estava nem um pouco bem e após tomar dois copos de uma bebida cítrica e docemente alcoólica, perdeu o pouco sentido que restava em sua mente translúcida.  A vontade de afogar todos os sentimentos e todas as mágoas dentro do copo que segurava, era quase tão grande quanto a vontade de achar uma ponte alta o suficiente para pular e não sobreviver para contar a história. 
Depois da semana cheia de fofocas e novas intrigas idiotas no trabalho sobre sua vida sexual, que nos últimos meses se tornou tão visível quanto a tristeza que era permanente em seus olhos, e depois de todas as noites frias acordadas em lágrimas, ela decidiu seguir o conselho de sua melhor amiga : '' A vida continuou a seguir. Ela não parou quando ele se foi e você também não tem que parar'' e então, depois de uma sexta feira razoavelmente feliz, ela decidiu se produzir, arrumar o cabelo e ir para algum bar ou boate desconhecida a fim de descarregar todo o choro, a dor, a raiva, a solidão horrenda que estavam a privando de viver , desde que ele se fora, na bebida ou em algum homem de braços fortes e bons ouvidos.
Ela colocou o melhor vestido de festa que achou em seu armário, passou o básico lápis preto nos olhos , muito rímel, um batom claro somente para dar um contraste no visual negro.Se achou, pela primeira vez em tempos, bonita novamente.
Pegou o carro e saiu pela cidade , procurando por algum lugar cheio o bastante onde ninguém a conhecesse.
Quando achou, logo foi procurar pelo bar, onde se sentou e ficou a beber e a olhar para as sombras que se movimentavam esguiamente na pista com a música alta e contagiante. Ignorou elegantemente os olhares fixados e maliciosos dos homens , em suas pernas descobertas, revirando os olhos e levando a boca mais um pouco mais da bebida doce que a viciava a cada gole. 
Decidiu que a noite só iria acabar quando ela estivesse acabada. Era uma situação complicada e muitas pessoas poderiam achar esse jeito de fugir dos problemas, um atendado aos bons modos. Ela já não era um moça de bons modos há muito tempo e sabia que isso não fazia diferença nenhuma. A vida havia perdido a cor, e então experimentava cada coisa, desde pessoas a comidas, simplesmente para tentar achar em alguma delas o sabor da vida novamente. 
Ao pedir que o Barman enchesse mais uma vez seu copo, ela subitamente se levantou e caminhou até onde todos os corpos se amontoavam para dançar. 
Ela recuou alguns passos antes de adentrar na pista.
Fitou por alguns segundos os corpos refletindo luxuosamente os flashes coloridos que piscavam e apagavam, e avançou alguns passos chegando em algum espaço não muito tumultuado.
E foi alí,que ela começou a se mover no ritmo da música , com uma leveza que chegava a ser contrastante com o local. Ela mexia lentamente as pernas e braços, os olhos fechados e seu corpo se contorcia habilmente como uma cobra sendo hipnotizada. Obviamente, os homens que tiveram a sorte de observá-la dançar , ficaram totalmente encantados, se perguntando certamente de , como uma mulher poderia dançar daquele jeito ? 
Ela se esqueceu de quem era e seus movimentos foram ficando mais ousados conforme em sua mente, flashbacks dos momentos felizes e extraordinariamente quentes na cama com ele, iam passando, e as sensações estasiantes e magníficas que um dia ele lhe causara, iam se espalhando por seu corpo como um veneno, a queimando por dentro.
Suas costas estavam arqueadas, sua bunda empinada, e suas mãos passeavam livremente por próprio corpo como se fossem serpentes tentando subir em um tronco de árvore. Era um cena absurdamente sensual para quem apreciava. Uma mulher esbelta, elegante em seu vestido preto e curto, lindamente dançando sozinha no meio da pista , como se dançar, fosse a última coisa que ela gostaria de fazer antes que o fim do mundo chegasse.
Não demorou muito para que algum homem, tosco e um pouco mais ousado que os outros, encantado pela dama, chegasse perto, e grudasse o corpo dele ao dela , numa tentativa animal e imbecil de quem sabe, conseguir um bom sexo ao final da noite. Ela pensava assim. E é realmente o que a maioria dos homens querem: somente um boa e gostosa transa.
E foi isso o que ela também fez com os homens bobocas do escritório. Transou com cada um deles. Os deixou pensar que ela é quem estava sendo aproveitada, mas na verdade eles é quem estavam sendo usados por ela. Claro, em aspectos diferentes. Eles a usaram sexualmente, ela os usara emocionalmente, descarregando no sexo com cada um deles, toda a ira que ela guardara do mundo imbecil.
 O homem que grudou o corpo ao dela, a agarrou pela cintura gostosamente e a girou, de modo que ele pudesse a fitar no rosto quando algum raio de luz o iluminasse. Ela agradeceu internamente por ele ser bonito. Um bonito que ela definiu: animalesco. Ele era moreno, com traços retos em seu queixo, sua barba rala formava um cavanhaque sutil e estiloso. Seu cabelo negro, raspado nas laterais e um topete arrepiado ao alto da cabeça, diziam que ele tinha ao menos 25 anos. Quando flashes passaram por ele, ela conseguiu identificar um corpo magro, porém forte, braços normais, mas encobertos por várias tatuagens. Ela gostou disso. Mais um pouco de exotismo. 
A mão dele em sua cintura ainda não havia se movido, e seus quadris estavam se movendo grudados, fazendo com que ela sentisse o volume na calça do rapaz em suas coxas. Ela, como se quisesse provocá-lo mais um pouco, o prendeu pelo pescoço o puxando para mais perto, se possível. Ela sentiu um perfume forte, exatamente másculo, daqueles que se usa para atrair mais mulheres na balada.Ela riu. 
O ritmo da música era quase alucinante e a cena, dos dois corpos colados aproveitando cada centímetro e movimento, era totalmente excitante. 
O objetivo das duas mentes que agora estavam coladas, eram bem diferentes, mas tinham algo em comum. Nenhum dos dois sabia que o outro passara por uma fase complicada na vida. 
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Ele , depois de aguentar mais uma semana no trabalho, agradeceu por finalmente ser sexta feira. 

Voltou para o pequeno e aconchegante apartamento que ela escolhera , logo quando começaram a namorar. Toda vez que ele passava pelo quarto, agora branco,  era como se a visse dormindo com seu pijama amarelo. Parecia que cada parte da casa, o fazia a lembrar dela. 
Já não se interessava mais pelos jogos de futebol na tevê, em ouvir as músicas do Mick Jagger no volume máximo aos sábados, e muito menos por lasanha de frango. Era a comida favorita dela, que eles faziam questão de preparar juntos aos domingos. 
A casa já não era mais a mesma também, muito menos ele. As paredes foram pintadas 3 vezes. Os móveis , mudados de lugares inúmeras vezes. Mas, das lembranças, ele sabia que não tinha como se desfazer. E nem queria. Eram elas que o mantinham vivo.
Ficar bêbado pela madrugada, havia virado rotina. E quando ele estava pior do que o normal, quando via o anel em sua mão, podiam esquecer de vê-lo no trabalho por dois dias, pelo menos. 
 Já fazia 2 anos. Era muito, e ele sabia disso. Não tinha vergonha nenhuma de sair na rua com a cara inchada de choro, e muito menos vergonha de aparecer no trabalho depois de ficar dois dias em coma alcoólico por causa das malditas memórias. Ele era forte e ninguém podia negar isso. 
Os amigos, tentaram muito no começo, mas logo foram desistindo. Ele era cabeça dura. Os ignorou por muito tempo, mas , há algum tempo, os laços estão se estreitando novamente. E até combinaram de sair na sexta feira, que finalmente havia chegado. 
Com eles, ele parecia ter vida novamente. Brincava, conversava, mas nunca, nunca falava o nome dela. Eles sabiam disso, e exatamente por isso, o levaram para um bar/boate no centro da cidade que sempre estava lotado. Era um dos melhores da cidade. Ele nunca fora de baladas. E lá estava ele, tentando lembrar o nome da bebida favorita , sentado no bar. Depois da ajuda do Barman, ele tomou , e sentiu  o frescor do álcool escorrer por sua garganta. Lembrou-se dela.Razoavelmente feliz, era como ele estava. Já fazia alguns dias que não se afogava em lágrimas e muito menos no álcool. Isso era bom. Ele prometera que ia pegar leve com a bebida.
 Era ridículo ir a uma boate e somente ficar sentado a olhar as outras pessoas se divertindo,  ele sabia disso, mas não estava exatamente no clima de dançar, ainda mais sem sua companhia predileta para isso. 
Uma mulher, que na opinião dele, mais parecia uma vadia de primeira impressão, sentou a duas cadeiras de distância, e pediu uma bebida. Os homens ao lado, não se importavam em olhar para as, até que belas pernas da mulher. Cafajestes, pensou ele. Ela deve estar chapada, pensou quando viu a moça deixar a bebida no balcão e se meter na pista de dança como se a pista a chamasse.  Ele ignorou, como já pensou, deve já estar bêbada. 
Depois de muita insistência dos amigos, foi tentar dançar. Conheceu algumas amigas dos amigos, eram legais, porém vazias. Só cabelo, maquiagem, e bunda. 
Ele estava quieto somente curtindo a música contagiante, quando algum corpo feminino chamou sua atenção, no meio de outros tantos que se moviam rapidamente. 
Ele estreitou os olhos e finalmente achou. Era a vadia. Como ? Pensou ele. 
Ela dançava perfeitamente, harmonia entre os braços, as mãos e o resto do corpo. Era quase sobrenatural. Ela dançava com tanto sentimento que ele quase pode senti-lo no ar, e na música. Ela parecia ser a única pessoa que realmente estava curtindo a música, literalmente, pensou. 
Reparando mais na face da moça quando as luzes a refletiam, ele ficou estasiado. 
Não pela beleza , mas pela semelhança. Elas se pareciam muito. Claro, a moça fazia bem mais o estilo personalidade forte, com seu vestido preto curto e uma maquiagem negra. Mas, o cabelo castanho comprido solto, com as ondulações nas pontas, o nariz simpático e bem delineado, até os lábios, pequenos . Seu coração começou a pulsar mais rápido, e sua mente a embasar. Quando a moça passou as mãos pelo peitoral, foi como se ela dissesse , venha até mim. E ele foi, foi como se necessitasse do corpo dela junto ao dele para respirar. Sua mente já estava confusa o bastante para não entender os sinais. Chegou perto, a agarrou e a girou, ficando assim frente a frente com a moça. 
Ele quase implorou por luz, para conseguir enxergar novamente o rosto dela. Ficou pasmo ao ver os olhos castanhos. A segurou mais forte pela cintura. Se perguntou se era uma visão ou se já estava bêbado. Mas ele nem havia bebido mais do que dois goles. Quando a moça, o envolveu pelo pescoço,  foi quase como se ele estivesse revivendo a primeira dança , com ela. Ele a precisava senti-la novamente, pela última vez.
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Ela estranhou quando o rapaz encostou a testa na dela, e sussurrou algo baixinho. Deve estar bêbado, pensou. Não importava, somente diversão, se lembrou. 

Depois de alguns segundos respirando o perfume forte do rapaz, ela já não queria mais ficar ali. Ela queria sair, ficar livre novamente, o perfume a tinha lembrado dele. Ela tentou se desprender dos braços do rapaz, mas foi impossível, ele a não soltara. Ela ficou imóvel, somente deixando em repouso as mãos do rapaz em sua cintura. Estranhou mais ainda, quando ele a cheirou no pescoço, como se quisesse saber o perfume que usava. O gesto lhe causou arrepios, e pensou logo que ele era um bom paquerador. 
Estava prestes a se virar e sair dalí quando se sentiu livre das mãos do rapaz, mas, foi sendo puxada por entre as pessoas. Demorou um pouco para entender o que estava passando, mas era ele, ela concluiu.
Quando sua visão permitiu, ela estava andando pelo estacionamento ao lado do rapaz, que agora na luz fria e amarela do lugar, lhe permitiu ver o quanto de beleza no rosto dele havia. 
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Ele depois de sentir o perfume doce e leve da moça, teve toda a certeza de que, elas se pareciam muito, mais do que o normal. 

Pessoas se parecerem fisicamente, é comum, mas não usarem o mesmo perfume, e muito menos terem  as mãos macias , pensou ele. Não importava. Seus olhos já estavam marejados e ele sentiu que podia desabar alí no meio de todos a qualquer momento. Sim ou Não ? 
Sim, vou levá-la daqui , decidiu ele imediatamente. 
Pegou a moça pelo braço e a conduziu para o estacionamento, precisavam sair dalí, ele precisava tentar provar de uma coisa, que quis muito fazer , antes de tudo acontecer. 
Quando chegaram no estacionamento subterrâneo, com as luzes, ele pode ver que , meu deus, era realmente incrível. 
Tudo, o castanho do cabelo cacheado e longo, a altura, um pouco mais baixa do que ele, a cor da pele, um branco sutil, os olhos, castanhos escuros que pareciam exatamente bolinhas de gude, as sobrancelhas, bem feitas e escurinhas, o nariz, delicado e sutil, os lábios, pequenos e rosados, o queixo, fino e belo, o corpo pequeno e fofo. Como pode, como pode ? Pensou ele. Só se deu conta de que havia parado em baixo da luz para conseguir analisar todos os detalhes no corpo na moça, depois que ela sorriu e o tocou suavemente na face, limpando as lágrimas que desciam pelo rosto dele. Ele tentou sorrir . Quase conseguiu.
Apertou todos os botões do controle do carro que piscou em algum lugar , não muito longe da onde estavam, ele a guiou com as mãos trêmulas até o carro, abrindo a porta e a colocando lá dentro. Ela se submeteu a ficar quieta. Somente a observar . 
Ele , quase não conseguiu achar o cinto de segurança para colocar na moça, e com uma ajudinha dela, finalmente conseguiu. 
Ela segurara suas mãos trêmulas, e o olhara fixamente nos olhos, quase como se perguntasse, por que está chorando ? Ele entendeu, e acariciou a face da moça, que mexeu os lábios levemente para o lado. A leveza, a maciez da pele, era uma sensação que ele podia sentir pelo resto dos seus dias. Como se não aguentasse mais, ele chegou perto o suficiente para os lábios se roçarem, o que gerou mais ainda uma sensação de desconhecido no ar.